O prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), que havia perdido seus direitos políticos na última eleição, parece ter encontrado no Partido dos Trabalhadores (PT) um novo porto seguro político — mas o custo disso pode ser alto: o afastamento de uma parcela significativa da base conservadora que o apoiava em Sergipe.
Sem poder disputar o governo do estado em 2022 após ser barrado pela Justiça Eleitoral, Valmir surpreendeu ao declarar apoio no segundo turno ao petista Rogério Carvalho, rompendo com parte do bolsonarismo sergipano e com lideranças tradicionais da direita no estado. A decisão foi vista por muitos como um movimento de sobrevivência política — mas acabou gerando rachaduras profundas em sua base eleitoral a nível de estado.
Agora, em 2024, Valmir continua estreitando laços com o PT. Recentemente, nomeou o histórico petista Gilmar os para a Secretaria de Indústria e Comércio de Itabaiana. Antes disso, já havia entregue a Secretaria de Educação ao professor Éder, suplente de vereador pelo PT. Com isso, o partido de Lula a a ocupar algumas das principais pastas da istração municipal, algo impensável há poucos anos na terra da Serra.
Essa aliança inusitada — PL e PT caminhando juntos — evidencia o pragmatismo político de Valmir, mas também acende o alerta: até que ponto esse movimento pode ser digerido pelos seus antigos apoiadores, muitos deles firmemente contrários ao PT?
Setores da direita sergipana já dão sinais de que não compactuam com essa aproximação. Em um estado onde a polarização política é cada vez mais intensa, a escolha de Valmir pode custar caro em eleições futuras.
A dúvida que fica é: Valmir está ampliando alianças ou cavando o próprio isolamento político?
Comente sobre esse post